Proteção das Plantas II

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Objetivos

Os estudantes devem ser capazes de:
I. Compreender os conceitos de espécie indígena e não indígena, incluindo: endémica, nativa, importada, cultivada, causal e naturalizada.
II. Distinguir os conceitos e infestante e de espécie exótica invasora.
III. Identificar as principais espécies de plantas invasoras e infestantes a nível mundial e nos Açores.
IV. Pesquisar informação sobre a taxonomia, biologia, ecologia, impactos e medidas de gestão das plantas invasoras e infestantes em bases de dados da especialidade.
V. Elencar e propor medidas de gestão e controlo de pragas, doenças e infestantes nas culturas hortofrutícolas.
VI. Identificar os produtos fitofarmacêuticos autorizados para utilização a nível nacional, pela consulta do Guia dos Produtos Fitofarmacêuticos.
VII. Seguir as regras de segurança na preparação e aplicação de produtos fitofarmacêuticos.
VIII. Seguir as indicações de aplicação dos produtos fitofarmacêuticos, de acordo com o tipo de produto e as culturas/inimigos a controlar.

Programa

Conteúdos
1. Plantas endémicas e nativas
1.1. Plantas importadas, cultivadas, casuais e naturalizadas
1.2. Infestantes e invasoras
1.3. Bases de dados
1.4. Identificação
1.5. Formas de vida
1.6. Órgãos vegetativos e reprodutores
2. Infestantes em sistemas hortofrutícolas
2.1. Controlos químico, físico e mecânico
2.2. Vantagens e inconvenientes
2.3. Diferentes coberturas
2.4. Coberturas verdes
2.5. Preservação da fauna e flora
3. Aplicação de produtos fitofarmacêuticos
3.1. Meios de proteção das culturas
3.2. Proteção integrada
3.3. Produção integrada
3.4. Agricultura biológica
3.5. Produtos fitofarmacêuticos
3.6. Sistemas regulamentares dos produtos fitofarmacêuticos
3.7. Segurança na utilização de produtos fitofarmacêuticos
3.8. Redução do risco no manuseamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos
3.9. Redução do risco para o ambiente, espécies e organismos não visados
3.10. Redução do risco para o consumidor
3.11. Material e técnicas de aplicação
3.12. Armazenamento, transporte e acidentes

Os conteúdos 1.1 a 1.6 respondem, de modo bastante detalhado, aos objetivos de aprendizagem I a III, relativos à origem biogeográfica da flora, à distinção infestante/invasora, e à identificação de plantas infestantes e invasoras. O conteúdo 1.3 responde ao objetivo de aprendizagem IV, relativo às bases de dados internacionais. Os conteúdos 2.1 a 2.5 respondem, de forma abrangente, ao objetivo de aprendizagem V, relativo à gestão de infestantes em sistemas hortofrutícolas. Relativamente aos produtos fitofarmacêuticos e sua aplicação, os conteúdos 3.1 a 3.12 respondem, de forma detalhada, e muito aplicada, aos objetivos de aprendizagem VI a VIII.

Métodos de ensino

O curso pretende a preparação de técnicos qualificados para a realização de trabalho diferenciado em hortofruticultura. Neste sentido, esta unidade pretende equipar os alunos com as competências e os conhecimentos que lhes permitam: identificar as principais espécies de plantas infestantes e invasoras que ocorrem na região; elencar e propor medidas de gestão de infestantes em sistemas hortícolas, respeitando as condições de segurança dos operadores e as exigências ambientais aplicadas ao setor; dominar os métodos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos, seguindo a legislação em vigor para o efeito. Assim, a unidade inicia-se com a introdução de conceitos que permitam distinguir entre flora indígena e não-indígena, entre infestante e invasora. Recorre-se a bases de dados e à observação do material vegetal no campo e em laboratório. Em sequência, são analisados de forma detalhada e interativa, com base em relatórios, artigos técnico-científicos, e num fórum de discussão, as várias medidas de gestão de infestantes em sistemas hortofrutícolas. Tal permitirá abordar medidas alternativas, identificando as respetivas vantagens e limitações, assinalando alternativas orgânicas que evitem a utilização de medidas com impactos negativos em termos ambientais (e.g., polinizadores). A aplicação de produtos fitofarmacêuticos é de importância transversal a todo o curso, sendo indispensável para garantir um uso adequado, seguro e de acordo com a legislação em vigor. Assim, o curso será lecionado por pessoal devidamente habilitado para o efeito e incluirá quer uma componente introdutória de cariz teórico, quer a aplicação prática de produtos fitofarmacêuticos, com a devida supervisão. Pretende-se capacitar os participantes para a manipulação e aplicação segura de produtos fitofarmacêuticos, minimizando os riscos para o aplicador, o ambiente, espécies e organismos não visados e o consumidor, de acordo com os princípios da proteção integrada. O curso permitirá identificar os principais meios e métodos de proteção das plantas; interpretar as componentes de um rótulo de uma embalagem de produtos fitofarmacêuticos; efetuar o cálculo de doses, concentrações e volumes de calda; aplicar produtos fitofarmacêuticos de forma segura e segundo os princípios da proteção integrada; identificar os procedimentos a efetuar para minimizar o risco na utilização do produto fitofarmacêuticos para o aplicador, para o ambiente, para as espécies e organismos não visados e para o consumidor; regular, calibrar e proceder à manutenção das máquinas de aplicação de produtos fitofarmacêuticos; enumerar os procedimentos para armazenar e transportar em segurança pequenas quantidades de produtos fitofarmacêuticos. Assim esta unidade curricular contribuirá para um melhor conhecimento teórico, mas em grande parte, para o desenvolvimento de competências práticas que serão fundamentais na atividade profissional dos formandos, mas também no desenvolvimento de futura formação profissional avançada, ou prosseguimento de estudos a nível superior.

Bibliografia

- Proteção Integrada das culturas. Volume I - Conceitos e Princípios gerais. DGAV.
- Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos na Agricultura. João Santos Simões.
- A aplicação sustentável de produtos fitofarmacêuticos. Manual Técnico.
- Código de conduta na aplicação de produtos fitofarmacêuticos. DGAV.
- Silva L & CW Smith (2004) A characterization of the non-indigenous flora of the Azores Archipelago. Biological Invasions, 6: 193-204.
- Silva L & CW Smith (2006) A quantitative approach to the study of non-indigenous plants: an example from the Azores Archipelago. Biodiversity and Conservation, 15: 1661–1679.
- Silva L, E Ojeda Land & JL Rodríguez Luengo (eds.) (2008) Invasive terrestrial flora and fauna of Macaronesia. Top 100 in Azores, Madeira and Canaries. ARENA, Ponta Delgada, 546 pp.
- Vieira, V, Moura, M, Silva, L (2021) Flora Terrestre dos Açores: Um Guia Turístico. Letras Lavadas, Ponta Delgada.
- Scavo A, Mauromicale G (2020) Integrated Weed Management in Herbaceous Field Crops. Agronomy, 10(4):466. https://doi.org/10.3390/agronomy10040466
- Sims B, Corsi S, Gbehounou G, Kienzle J, Taguchi M, Friedrich T (2018) Sustainable Weed Management for Conservation Agriculture: Options for Smallholder Farmers. Agriculture, 8(8):118. https://doi.org/10.3390/agriculture8080118

Código

00003893

ECTS

6

Aulas

  • Aplicação - 55 horas
  • Teórico-Práticas - 22 horas